Mais um movimento foi feito no xadrez da política brotense. Os vereadores petistas, João Paulo e Laerto Fernandes, em reunião com o Secretário da Casa Civil, Afonso Florence, e com a Deputada Estadual, Neusa Cadore, no último dia 14-08, usaram as redes sociais para anunciar a pré-candidatura do vereador João Paulo a prefeito nas eleições 2024. O momento contou com a presença ilustre do ex-prefeito Litercílio Júnior, e inclusive a propaganda deu-se em seu próprio Instagram. Júnior não só deu aval a empreitada, como também se dispôs a ser um dos principais cabos eleitorais. Tal apoio desvalida qualquer narrativa que dava conta que Júnior tinha sido preterido pelo partido. Ao que parece, o ex-prefeito foi um dos idealizadores do plano de levar o vereador em exercício à cadeira executiva.
CARA NOVA, MAS NEM TANTO ASSIM
Ao optar por João Paulo, o partido sinalizou que seu candidato deveria carregar o DNA petista, tal qual o sujeito crescido nas entranhas da agremiação e visto como correligionário raiz. Mas nem de longe a escolha foge ao pragmatismo tão comum no meio político. Repare que, entre o vereador João Paulo e o jovem engenheiro, Jonatas Sodré, o escolhido foi o primeiro sem pestanejar. Aqui o expediente é de fácil explicação. Um tem mandato eletivo e possui mais engajamento nas massas. O segundo é a cara nova, e embora represente uma perspectiva de oxigenação para o meio, sucumbiu nas próprias virtudes. Se a política é cruel, os políticos são pragmáticos.
Fica quase impossível sabermos até onde chegará a Nau petista navegando nesses mares inconstantes da política brotense; contudo, tal evento nos dá pistas acerca dos objetivos do partido. Ora, quando se propaga uma pré-candidatura, evidencia-se a intencionalidade concreta em ver o escolhido competindo, quiçá eleito. De fato, o PT acredita que pode voltar a comandar a prefeitura e parece não se preocupar com o contexto atual, o qual o impinge sérias dificuldades de viabilizar uma candidatura pura e sem espaço para alianças. Afinal, se estivesse no horizonte, uma possível junção de forças, já teríamos, há mais de um ano do pleito, o anúncio de pré-candidatura?
O PDT OBSERVA
Se o lado vermelho se mexeu, os ventos do outro lado da oposição seguem mais calmos. Nos bastidores, ao que parece, o PDT observou com naturalidade o movimento petista, e há uma lógica para isso. Talvez porque esteja cristalizado, no partido do saudoso Leonel Brizola, que somente Edilson Campos, pré-candidato pela legenda, tem condições de ser competitivo para duelar com o atual prefeito, Dr. Kléber. Essa constatação não é confirmada, mas pode ser sentida em contato com qualquer membro da cúpula do partido. Do lado de fora, penso que o raciocínio esteja correto, todavia será necessário algo a mais. Há uma distância considerável entre ser competitivo e ser eleito.
Ao lançar seu nome, o PT especulou indiretamente o PDT. Do tipo, e aí? Vai ficar parado? É óbvio que os petistas não focaram nessa hipótese quando anunciaram seu pré-candidato; mas no jogo político as repercussões estão mais no que não se diz e faz em vez daquilo que está exposto. Observar foi o que restou ao PDT, pois na conjuntura que aí está os caminhos estão bloqueados. Ambos os partidos de oposição sabem do potencial do atual gestor, mas acreditam em suas forças e que é possível disputar as eleições do ano que vem, com três ou mais candidatos à cadeira do executivo...
A ALIANÇA FICA NO IMAGINÁRIO DE UNS POUCOS
Aliança é da natureza no meio político, mas a referida união de PT e PDT somente sobrevive na cabeça dos mais otimistas. Se no cenário nacional, tradicionalmente, o PT não abre mão de ser protagonista, encabeçando as disputas, no local não é diferente. E tal imposição desmancha qualquer possibilidade. Contar com o apoio do PDT viria a calhar, se, e somente se, o comando da chapa fosse do lado vermelho.
Além disso, do lado pedetista parece pouco provável a aceitação de ficar como vice. E não dá para criticar o posicionamento. Depois de angariar muitos votos no último pleito municipal, talvez seja esse o teste de fogo que o partido vai passar. Está em jogo a consolidação de ser a principal força de oposição. Ironicamente, espaço esse que até outro dia pertencia ao PT.
E DE CERTO? NÃO TEMOS NADA!
Ou melhor, mais ou menos. Pois, sem dúvida, o próximo prefeito será eleito só com um 40% do eleitorado. Em Brotas virou costume o ganhador ter mais gente contra ele do que a favor. Paciência! Nada ilegal, mas é inusitado. Culpa do sistema...ou dos seus atores.
Foto Reprodução Redes Sociais
Por Rôney Araújo - Coluna A Gente Que Faz
Da Redação, 02/09/2023
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