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domingo, 3 de janeiro de 2021

BROTAS DE MACAÚBAS: A CÂMARA DE VEREADORES NÃO DEVE SE APEQUENAR








A CÂMARA DE VEREADORES NÃO DEVE SE APEQUENAR


O cenário dos sonhos para qualquer prefeito é aquele proporcionado por uma vitória folgada nas urnas e uma Câmara de Vereadores atenta aos seus comandos, numa espécie de extensão do Poder Executivo sobrepujando o Legislativo. Em Brotas, a primeira premissa foi conquistada por Dr. Kleber; afinal, o triunfo no último pleito continua retumbando até hoje, seja por seus apoiadores ou nas mentes inconformadas dos oposicionistas. Entretanto, resta-nos cogitar acerca do papel dos vereadores nessa conjuntura; especialmente o do Presidente da Casa, sendo ele o propositor das pautas a serem debatidas.

Se por um lado o líder do Legislativo precisa sumariamente eximir-se em ser um achacador, trocando figurinhas com o Executivo movido por segundas intenções, por outro, e igualmente condenável, ele não pode assumir um papel de mero carimbador dos interesses alheios. A consonância vai no sentido de deflagrar a completa autonomia na função legislativa, desempenhando-a com a seriedade exigida para barrar possíveis abusos e afastando de si uma postura de subserviência.

No discurso de posse, o atual Presidente de Câmara, Johnson Sodré, nos deu indícios vagos de como será sua jornada. Apontou sobre a importância de se realizar uma boa gestão, aqui e acolá, mas, de fato, não abordou verticalmente o expediente. Sabemos, contudo, como é a prática em algumas cidades interioranas, onde nas quais vemos vereadores prostrados de joelhos em frente ao gestor municipal. Embora seja comum, nem por isso devemos encorajar tal exercício suscitando conformismo e inaptidão.

A participação popular será o combustível para vermos qual o desfecho encampado em Brotas. Quanto maior for a pressão nos vereadores para não anuírem em projetos nocivos à sociedade, mais independente a Câmara ficará. E vale ressaltar o teor desses projetos, uma vez que a rejeição recaia unicamente em propostas desfavoráveis ao povo. Anula-se, portanto, o panfletarismo barato e as manifestações amaneiradas, pois tudo isso pouco contribui no desenvolvimento dos trabalhos.

Em contrapartida, cabe a oposição, mesmo em minoria, fiscalizar e publicizar as atitudes descompassadas, não importando quem seja os autores. Hoje, o bloco formado pelo PT/PDT, tem um papel de interferir com qualidade em assuntos relevantes para a população; e, mesmo fracassando em todas as votações, o cumprimento da responsabilidade é maior e vai muito além de ganhar ou perder um debate. Sem dúvida o caminho mais acertado dar-se-á nessa direção. 

Certamente, o pensamento lógico defendido aqui se caracteriza no apelo para a Câmara brotense ser um espaço de protagonismo e de independência, produto esse resultante do conhecimento emanado das obrigações de um legislador frente aos cidadãos. Logo, rechaçamos a ideia de transformar a Casa do Povo em um puxadinho da prefeitura, pois, caso fosse essa a finalidade, invalidaria a existência dos vereadores, bastando apenas os eleitores votarem para prefeito e o eleito se tornaria automaticamente o proprietário do município.

Sendo assim, torna-se imperativo a vigilância social nesse e em outros temas essenciais abrangidos pelo esteio político. Se é o olho do dono que engorda o boi, usemos a analogia para ficarmos atentos com as atuações dos nossos representantes. A fim de evitar interpretações errôneas, friso que, nem de longe, comparo os excelentíssimos vereadores aos bovinos, tão somente é uma pequena oportunidade de utilizar a semântica do ditado popular para constituir o argumento exposto. 

A democracia sempre floresce mediante aos atos construídos em seu entorno e tendo a coletividade como base, intermediando e promovendo a tônica nos resultados. Deste modo, os brotenses têm o direito de ver sua Câmara forte, atuante e ausente no jogo do toma lá, dá cá. Sabiamente, os homens e mulheres que lá estão compreendem essa concepção e nos faz acreditar em suas índoles e na execução positiva das suas atribuições. Assim, ganha-se todos, em uma clareza meridiana de como deve proceder um agente político. 


Fotos da Internet

04/01/21

BROTAS DE MACAÚBAS: A CÂMARA DE VEREADORES NÃO DEVE SE APEQUENAR
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