BROTAS DE MACAÚBAS
AQUI VIVERAM OUTROS POVOS
Pintura Rupestre do Povoado de Mangabeira - Brotas de Macaúbas.
Neste artigo registramos que os primeiros exploradores ao chegaram ao sertão do São Francisco encontraram uma região habitada por outros povos que por aqui viveram, assim buscando conhecer a nossa Pré-história pois acreditamos que muitos dos nossos costumes, muitas das nossas tradições, da nossa cultura ou mesmo nossos traços fisionômicos tem muito a ver com este passado que pouco conhecemos.
Evidencias de que aqui no município de Brotas de Macaúbas viveram outras civilizações nos incentivaram a conferir a historia
oficial em busca de relatos que pudessem servir de base para a nossa pesquisa,
como disse, algumas pistas dão conta que muitos dos nossos costumes, de nossas tradições, de nossa cultura ou mesmo nossos traços fisionômicos tem sua origem exatamente neste passado,
numa civilização, num povo do qual não se sabe quase nada.
Desta forma, inicialmente procuramos a literatura oficial, na
tentativa de checar como os primeiros desbravadores encontraram o sertão baiano
e encontramos muitas citações, algumas mais precisas outras mais vagas,
porém todas indicando a presença de nativos em nossa região nas imediações do
nosso município conforme os relatos a seguir:
Pintura em Cabeceira D`Água - Pé do Morro
Conta Wilson Lins,
no livro “O Médio São Francisco”, que os primeiros colonizadores quando
chegaram ao Alto e Médio São Francisco, já encontraram os índios
AMOIPIRAS, os índios MASSACARÁS, os PONTÁS e os ARCUJÁS todos da tribo GÊS. já no livro Historia Geral do Brasil - Volume II de Adolfo Varnhagem, encontramos o registro da presença, na região,
da fabulosa tribo CATIGUÇUS. No Livro Tratado Descritivo do Brasil - Gabriel Soares, temos a notícia da
tribo CARIJÓS nas terras altas da Província da Bahia; e Accioli Cerqueira e Silva - Memórias Históricas e Políticas da Província
da Bahia afirma que os colonizadores encontraram a Chapada Diamantina
habitada por vários povos como os MARACÁS e PAIATÁS, no norte, os TAPUIAS, sub
grupo étnico dos gês, descendentes dos AIMORÉS, os BOTOCUDOS e TAMOIOS no sul; os COROADOS no
oeste e no São Francisco; e CAMACÃS, GONGOGIS, IMBORÉS, MONGOIÓS, CUTOXOS E
PATAXÓS, no leste.
Os historiadores registram que as populações nativas defenderam aguerridamente seus territórios e exatamente por isto foram dizimados.
Os historiadores registram que as populações nativas defenderam aguerridamente seus territórios e exatamente por isto foram dizimados.
Nas Historias regionais encontramos no livro História de Central
de Adão de Assunção Duarte o
registro da presença de indígenas na serra de Macaúbas, Na serra do Assuruá e
em suas adjacências, também nas margens do rio Verde, o que indica com
bastante precisão a presença indígena em nossas imediações.
Aqui em Brotas
conversamos com muitos agricultores e colhemos depoimentos e relatos que dão
conta de noticias antigas da presença de indígenas “TAPUIAS” em grande parte do
nosso município, o que de fato fica evidente em centenas de desenhos rupestres
pintados geralmente em grandes pedras, sob a forma de painéis como os
existentes na serra do Antari, (Situada
entre Brotas e Barra do Mendes), na serra do Cocal, na fazenda Achuré, no
povoado de São Pedro, no morro dos Tapuyas (Buriti Cristalino), na serra do Frade, nas comunidades de Pintada
e de Sodrelândia além de outros locais da região.
Pintura rupestre colhida em Cristalândia
Por outro lado, colhemos depoimentos de agricultores que afirmam
terem encontraram, que viram ou ouviram falar de objetos de cerâmica de
uso domésticos encontrados na comunidade de colônia na roça de João de Armênia e em Novo Horizonte e Sumidouro.
Mais recentemente, tivemos a informação que na comunidade
de Santana do Ouro dois jovens, encontraram em uma caverna, um
fóssil humano, depositado em urna funerária, noticia confirmada pelo arqueólogo Rosano Bastos, do IPHAM/Ministério da Cultura, o qual instruiu os moradores, que caso encontrem outros achados preservem o local intacto e comunicar as autoridades. O Arqueologo em sua visita a Santana do Ouro, Colheu o fóssil e em suas avaliações preliminares, sugeriu que a ossada ali encontrada pertenceu a um jovem líder de tribo, que teria
morrido a cerca de doze mil anos atrás, que tinha sofria com artrose.
Outras informações vem da ONG ONÇA, a qual atou no município
nos anos 90 e relatou que visitou mais de 50 sítios arqueológicos no município principalmente
nos Povoados de Pé do Morro, Buriti Cristalino, Colônia, Cais, Morro Redondo,
Aguada da Feira Nova, Barrinha, Santa Maria, São Pedro, Mangabeira, Mata do
Cocal, Mata do Bom Jesus, Cristalândia, Santo André e vários outros onde é
comum encontrar pessoas que já ouviu falar ou já viu pessoalmente pinturas
existentes em suas comunidades.
Pintura Rupestre - Morro do Cruzeiro Brotas
Desta forma, é certo que de fato outros povos viveram aqui em nosso município e estes contribuíram com a nossa herança cultural e genealógica, de forma que muitos traços de nosso povo, muitos de nossos costumes e de nossa cultura, têm sua origem a centenas ou milhares de anos.
Contam os historiadores que estas populações foram dizimados pelos brancos colonizador, depois de muitas lutas, pois, as populações indignas defenderam aguerrida seus território enfrentando os invasores bravamente inclusive dificultando a penetração dos sertanistas e bandeirantes.
Do Livro inédito de autoria de Wanderley Rosa Matos.
Fotos: Wanderley Rosa Matos
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